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Saiba o que é Double Diamond e as melhores práticas para utilizar o Framework

O que é Double Diamond Framework
Se você busca informar melhor sobre o que é Double Diamond, para que serve e como utilizá-lo, está no lugar correto. Saiba agora.

Índice

No mundo dinâmico e acelerado de Produtos, design e inovação, o Double Diamond emergiu como um framework valioso, tradicional e muito utilizado, proporcionando uma abordagem estruturada para o processo de Product Discovery.

Neste artigo, exploraremos em profundidade o que é o Double Diamond, como funciona e apresentaremos as melhores práticas para maximizar seu potencial no desenvolvimento de soluções inovadoras.

O que é o Double Diamond?

O Double Diamond, ou “Diamante Duplo” em português, é um framework de design criado pelo British Design Council em 2005. Ele representa um modelo visual para o processo de design centrado no usuário, dividindo-o em quatro fases distintas. Este processo tem muita relação com o Design Thinking, o qual comentaremos mais adiante.

Cada diamante duplo compreende duas etapas principais: a divergência e a convergência.

Framework Double Diamond
Framework Double Diamond

Quais são as etapas do Double Diamond?

O Double Diamond é uma ferramenta prática e muito utilizada por Product Managers e profissionais de UX Design, que visa principalmente transparecer a abordagem de um mercado ou negócio com foco em resolver problemas de usuários, detectando gargalos existentes e cruzando com soluções de UX (User Experience).

A relação deste framework com a abordagem de Design Thinking é alta, pois permite estruturar um processo com elementos visuais e etapas transparecidas a quem interessar.

A metodologia do Double Diamond é composta em 4 etapas: Descobrir, Definir, Desenvolver e Entregar.

Vamos a elas?

1. Descobrir (Divergência):

Nesta fase inicial, o objetivo é explorar o máximo de possibilidades referente a entender com profundidade o problema a ser resolvido. Equipes de produto e design coletam informações, realizam pesquisas e podem já a começar a identificar oportunidades nesta fase. A ênfase aqui está na expansão do entendimento do problema.

Quanto mais problemas e pesquisas forem realizadas nessa fase, melhor!

É o momento para divergir pensamentos, ou seja, sem ainda trazer definições ou soluções mais claras. Nesta etapa, é importante explorar ao máximo alguns fatores: dimensão de mercado, comportamento real do usuário, problemas identificados pela gestão e que devem ser solucionados, melhoria em etapas, produtos ou processos, entre diversos outros.

Quais Frameworks ou Metodologias utilizar na etapa de Descoberta?

TAM, SAM e SOM

Os indicadores TAM, SAM e SOM ajudam na identificação de oportunidades e dimensões de um mercado. Geralmente é uma etapa que deve ser aplicada em uma fase de descoberta ou mesmo de redescoberta (revisão) de um Produto, Serviço ou negócio.

Com essa estratégia, inicialmente compreende-se o tamanho do mercado no qual o Produto está pensando em entrar, se o mercado está em pleno crescimento ou declínio, faturamento médio gerado anualmente, principais tendências e oportunidades no setor, além de demonstrar oportunidades que sua empresa pode de fato mensurar e atender.

Consideramos este indicador um dos mais importantes e indispensáveis para quem está bem no início de um novo produto, ou mesmo para quem precisa se certificar em qual mercado atuar.

Matriz CSD

O Framework Matriz CSD também é bastante tradicional e muito utilizado por Designers, profissionais de Produto e em Consultoria de Produtos Digitais.

Trata-se de uma excelente estratégia para assegurar a sincronização e a harmonização da equipe. Para implementar essa técnica, recomenda-se reunir todos os membros envolvidos em uma sessão colaborativa, distribuir post-its (ou realizar a atividade remotamente) e definir um cronômetro para uma fase inicial. Durante esse período, cada participante é incentivado a registrar de maneira individual todas as suas certezas referente ao problema.

Uma vez concluída, um responsável gerencia a revisão pública de cada post-it. Quando possível, são abordadas e esclarecidas as dúvidas apresentadas. A partir daí, é definido se cada comentário se trata de uma Certeza, Suposição ou Dúvida (CSD), separado então selecionadamente em um Framework visual.

Este processo visa garantir uma abordagem fundamentada na busca por soluções e também para maior investigação de supostas incertezas.

Desk Research

O produto já tem Market-Fit, mas está gerando problemas crescentes e preocupantes? Então é aqui que o foco precisa ser inicialmente mais interno do que externo!

Desk Research — ou pesquisa secundária — é um método no qual o profissional pesquisa e reúne informações de documentos e dados já existentes, para assim adquirir insights sobre um determinado tópico ou problema (neste caso).

Atente-se principalmente aos dados internos, como feedback dos clientes, retorno comercial, Reclame Aqui, métricas de produto como LTV, Churn, CAC, NPS, reclamações de concorrentes diretos, entre outros.

Outros Frameworks ou metodologias podem ser muito explorados nessa etapa de descoberta, como: Persona, Mapa de Empatia, pesquisas qualitativas e quantitativas.

2. Definir (Convergência):

Na segunda parte do Double Diamond, o foco passa para a convergência. A equipe gera uma variedade de soluções para os problemas levantados e definidos na etapa anterior. A criatividade aqui começa a ser incentivada, e várias opções naturalmente vão começar a surgir! Mas, calma, ainda é muito cedo para definir uma solução para o problema.

O resultado dessa fase deve gerar uma Proposta de Valor ao negócio, ou seja, um conjunto de vantagens que determinado produto ou serviço oferece a certo segmento de mercado. Ficará, a partir daqui, muito mais claro a todos qual o real desafio a ser solucionado, quais as dores do usuário que precisamos focar para solucionar. 

A partir da definição dessa fase, será então, por fim, a elaboração da ideação das soluções, ou seja, a fase do Desenvolver.

Quais Frameworks ou Metodologias utilizar na etapa de Definição?

Estruturação das primeiras Hipóteses

Se você é um profissional de Produto ou Design experiente, vai conseguir instintivamente cruzar os dados levantados para então começar a estruturar as primeiras hipóteses de problemas.

Mas, o que isso significa? Ao cruzar dados internos e externos, um bom profissional já começará a ter insights mais palpáveis dos motivos relacionados aos problemas a serem resolvidos. A partir deste ponto, já é possível começar a estruturar Metodologias e Frameworks que vão ajudar aos envolvidos se aproximarem da certeza necessária para validação destas hipóteses, antes mesmo de pensar em desenvolver.

Pesquisas Quantitativas (Entrevista)

Visto que há a necessidade de validar as possíveis reclamações e questionamentos dos usuários perante a um problema a ser resolvido, nada melhor que ouvi-los, certo?

Quando se trata de um Produto ou Serviço com um bom volume de usuários / clientes, é muito importante conversar com essas pessoas e entender, da perspectiva delas, o tamanho da gravidade do problema. Qual o impacto desse problema na vida de seus clientes? É realmente um problema sério, ou uma possibilidade de melhoria?

Estruture perguntas e selecione alguns usuários a dedo, que sejam mais flexíveis em conceder uma pesquisa. Vale aqui bonificá-los com um desconto, bônus ou qualquer outro agrado, para assim estimular o interesse na entrevista.

Jornada do Usuário

A Jornada do Usuário é uma ferramenta que tem como objetivo entender como o usuário, ou seja, seu cliente usa seu produto. Dessa forma, você consegue compreender passo a passo todas as etapas de utilização do produto, e assim identificar pontos de atenção e melhoria.

Os problemas de jornada podem ser simples ou mesmo complexos. Somente com profundidade nessa ferramenta haverá chances de cruzar problemas com hipóteses levantadas.

Jobs to Be Done

Job to be done (ou “trabalho a ser feito”) trata-se de uma metodologia que auxilia na compreensão do problema que um usuário ou cliente quer resolver ao adquirir um produto ou serviço. Entender esse conceito pode fazer a diferença no desenvolvimento do produto e também na fase do Go-to-Market!

Exemplo: Alguém que precisa comprar uma furadeira, seu objetivo final não é furar a parede, e sim pendurar um quadro ou prateleira, ou seja, o “job to be done” aqui está relacionado à decoração, ao lar, ao ambiente.

Benchmarking

Tem quem se aprofunde nessa etapa apenas na fase de Desenvolver, ou seja, no segundo diamante, mas é válido incluir aqui também, já que explorar a fundo seus concorrentes faz parte de uma etapa de definição!

Aliás, Benchmark diz respeito a um processo de estudo de concorrência, podendo ser uma análise mais profunda das melhores soluções usadas por empresas de um mesmo segmento, ou mesmo de concorrentes indiretos dentro do mercado de atuação.

Entenda a fundo o que seus concorrentes estão fazendo, você terá muitas respostas e maior clareza do que deve (e não deve) fazer.

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3. Desenvolver (Divergência):

Na segunda parte do Double Diamond, o foco volta para a divergência. A partir daqui, a equipe gera uma variedade de soluções para o problema definido na etapa anterior, tirando como base todas as pesquisas, mapeamentos e hipóteses estabelecidas anteriormente.

A criatividade é incentivada, e várias opções normalmente são exploradas e priorizadas nesta etapa. Recomendamos sempre que haja uma troca de conhecimentos entre pessoas estratégicas da equipe para definição de planos de ação. Uma “triagem” de oportunidades deverá ser feita nesta etapa.

Mas o que isso significa? Então ainda não é a hora de definir o que deve ser feito? Acalme-se, pois estamos quase lá!

Quais Frameworks ou Metodologias utilizar na etapa de Desenvolvimento?

Opportunity Solution Tree (Árvore de Oportunidades)

O Framework Opportunity Solution Tree (OST) permite que as equipes de desenvolvimento e gestão identifiquem e avaliem as possíveis oportunidades de negócio que podem ser geradas dos insights coletados nas fases anteriores, analisando os riscos e tomando decisões estratégicas e mais realistas. É mensurada através de uma hierarquia, incluindo: Outcome, Oportunidades, Soluções e Experimentação.

framework opportunity solution tree
(Framework: Opportunity Solution Tree)

Ela ajuda a alinhar a equipe sobre o objetivo e quais planos de ação podem ser selecionados para chegarmos ao resultado esperado, ou seja, para resolução do(s) problema(s) central.

Nela temos de forma visual e clara oportunidades de negócios, features , as oportunidades mapeadas, as possíveis soluções e como testaremos cada uma delas!

Análise SWOT

A análise SWOT é uma ferramenta de gestão clássica e ainda muito útil para times de Produto, gestão e Design.

Baseia-se basicamente na avaliação das forças (Strenghts), fraquezas (Weaknesses), oportunidades (Opportunities) e ameaças (Threats) perante aos objetivos estabelecidos. Faz muito sentido, inclusive, estruturar essa análise após um aprofundamento de Benchmarking.

Através dessa ferramenta, a empresa terá mais clareza dos possíveis riscos e oportunidades que irá enfrentar, desde que a análise seja feita com realismo e sem apego emocional. Também é recomendado que essa etapa seja documentada por mais de 1 pessoa envolvida estrategicamente no processo.

Matriz Impacto x Esforço

A Matriz de Impacto X Esforço é uma ferramenta que ajuda a equipes a priorizarem tarefas e desenvolvimento. Ela divide o que foi detectado como solução em 4 grupos, classificando-os de acordo com o impacto gerado X esforço despendido.

O que priorizar para ter ganhos rápidos? O que pode entregar melhorias no processo e não precisam ser despriorizados? O que pode ser descartado neste momento? Essa ferramenta responde a esta e demais dúvidas.

Recomendamos que esse gráfico seja organizado após um mapeamento de Opportunity Tree, já que nem todas as oportunidades apontadas nesse momento serão desenvolvidas. É o momento aqui de realmente definir o que trará o retorno mais rápido, ou seja, gerar clareza sobre a utilização do tempo e planejamento da execução dos projetos.

4. Entregar (Convergência):

A última fase concentra-se em refinar e escolher as melhores soluções possíveis para a implementação, onde a equipe possa, finalmente, começar a construir ferramentas, produtos e soluções que visem resolver os problemas levantados lá no início. Ufa!

Compreende-se que nesta fase, toda a equipe envolvida terá uma probabilidade muito maior de ser mais assertiva na decisão de quais ferramentas e soluções priorizar. Fica agora mais claro entender que todo o decorrer da atividade de Double Diamond objetivou na redução máxima de falhas e erros relacionados a construir o produto correto, em um mercado fértil e endereçável e a priorização efetiva de features e soluções.

Porém, mesmo com tudo, ainda não considere que os próximos passos serão garantia de sucesso, ok? O objetivo é que ao final dessa etapa sua equipe tenha em mãos protótipos ou mesmo pilotos validados para as soluções a serem resolvidas.

Somente a partir daqui o time terá clareza e resultados metrificáveis do que de fato pode ser construído, priorizado e até mesmo receber investimento.

Quais Frameworks, Ferramentas ou Metodologias utilizar na etapa de Entrega?

M.V.P (Minimum Viable Product)

O MVP (Minimum Viable Product), ou Produto Mínimo Viável, é basicamente uma versão o mais simplificada possível de uma solução final. O objetivo aqui é desenvolver o mínimo de funcionalidades possíveis ao usuário, visando redução de custo para validar as hipóteses e experimentos levantados anteriormente.

Há inúmeras formas de desenvolver um MVP, podendo ser através de um protótipo em baixa fidelidade, trabalhar com low code / nocode, utilizar plataformas Freemium, e até mesmo com processos que possibilitem validar negócios com Excel, WhatsApp e demais processos manuais! Tudo aqui vai depender, claro, das soluções que você pretende construir e as possibilidades mínimas para validação.

Dicas extras para usar o Double Diamond

1. Início com Compreensão Profunda: Antes de mergulhar nas fases do Double Diamond, é essencial começar com uma compreensão profunda do problema ou desafio. Realize pesquisas aprofundadas, entreviste stakeholders e usuários para construir uma base sólida.

2. Colaboração Multidisciplinar: O Double Diamond é mais eficaz quando equipes multidisciplinares colaboram. A diversidade de perspectivas contribui para a geração de ideias inovadoras durante as fases de divergência.

3. Tenha Empatia com o Usuário: Durante a fase de Descoberta, concentre-se em desenvolver empatia com os usuários. Compreender suas necessidades, dores e desejos é fundamental para criar soluções verdadeiramente centradas no usuário.

4. Encoraje a Criatividade: Nas fases de Divergência entre os 2 diamantes, não há ideias ruins ou descartáveis. Incentive a criatividade aos envolvidos, encorajando-os a explorar incentivos, cases e oportunidades. A diversidade de ideias aumenta as chances de encontrar soluções inovadoras.

5. Flexibilidade e Adaptação: Entenda o Double Diamond como um conceito, uma disciplina, portanto não é um roteiro rígido. Esteja aberto à adaptação conforme suas necessidades reais, especialmente quando novas informações surgirem durante o processo de design.

6. Organize as Documentações: Mantenha uma documentação clara, atualizada e organizada em todas as fases, e acessível a todos os envolvidos. Isso facilita a comunicação dentro da equipe, ajuda a rastrear decisões e permite que outros compreendam o raciocínio por trás das escolhas feitas.

7. Conte com uma Consultoria de Produto para lhe auxiliar: Você pode contar com uma Consultoria de Produtos Digitais para lhe auxiliar com o processo de descoberta, compreensão, pesquisas e mensuração de Dados durante toda a fase do Double Diamond, principalmente quando você precisar de construir um novo produto ou de um consultor para lhe ajudar a resolver problemas complexos de Produto e Design.

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Conclusão

O Double Diamond, como um framework de design, oferece uma estrutura valiosa para equipes de inovação. Ao adotar as melhores práticas, desde o início com uma compreensão profunda até a entrega eficiente, as equipes podem otimizar sua capacidade de criar soluções inovadoras que atendam às necessidades dos usuários e se destaquem no mercado.

A combinação de divergência e convergência nas fases do Double Diamond permite uma abordagem equilibrada e iterativa, proporcionando não apenas soluções eficazes, mas também um processo de design que nutre a criatividade e a inovação.

Ao contar com uma Product-Management-as-a-Service para incorporar o Double Diamond em seus projetos, as equipes podem criar experiências que não apenas resolvem problemas, mas também cativam e encantam os usuários.

Kleber Liberato
Kleber Liberato
Kleber Liberato é fundador e CEO da Onion Tech Digital. Com 15 anos de experiência em Marketing Digital e Ecommerce, fundou a marca com a maior quantidade de templates vendidos da história da plataforma Loja Integrada. É especialista em Produtos Digitais e em Consultoria de Produto.

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